Quem sonha em abrir um escritório precisa desenvolver as características de um advogado empreendedor desde cedo. O ideal é entrar no curso já com essa mentalidade e, ao longo do caminho, selecionar oportunidades coerentes com a escolha realizada.
Isso passa por buscar uma qualificação fora da caixa. Isto é, controle financeiro, gestão de processos empresariais, empatia e inovação não compõem o currículo formal do bacharelado, mas são questões relevantes para quem deseja transformar a advocacia em negócio.
Neste conteúdo, trouxemos um guia para entender quais são os requisitos para ser um advogado empreendedor e quais são as competências-chave. Continue lendo e faça uma preparação adequada!
Quais são as principais áreas do Direito?
O empreendedor é alguém que identifica uma dor ou desejo e encarrega-se de entregar uma solução. Isso passa, na maioria das vezes, por criar um negócio — ainda que, no trabalho em empresas, já exista algum incentivo a inovação interna.
No Direito, o ponto central é a prestação de serviços — quer seja a principal, como o sucesso em uma demanda judicial, quer seja a auxiliar, como o atendimento ao cliente. Logo, antes de tudo, o advogado empreendedor é alguém que entende o próprio campo de atuação.
Direito Civil
Oferece oportunidades para trabalhar com elaboração, análise e execução de contratos, cobrança de dívidas, reparação de danos pessoais e patrimoniais, relações de família, imóveis, transmissão de bens de pessoas falecidas, entre outras. É a área mais ampla do Direito.
Direito Criminal
Atua majoritariamente na defesa de pessoas acusadas de cometer delitos. Normalmente, as oportunidades estão relacionadas à especialização em grupos específicos de transgressões, como crimes contra vida, infrações patrimoniais ou questões envolvendo o setor público.
Direito do Trabalho
Atua nas demandas de patrões e funcionários preventivamente ou na Justiça do Trabalho. Os serviços costumam ser direcionados aos trabalhadores, mas também há grande espaço para atuar em empresas e sindicatos.
Direito Administrativo
Exerce funções nas relações envolvendo o poder público e os particulares. Isso inclui a defesa dos servidores, o auxílio às empresas que contratam com entes públicos, a reparação de danos causados por causa de falhas nos serviços estatais, entre outros aspectos.
Direito Tributário
Trabalha majoritariamente com o objetivo de minimizar o peso dos tributos sobre os contribuintes, prevenindo cobranças ou defendo os particulares contra o fisco. A vantagem desse mercado é o potencial de ganho financeiro para o contratante — que, especialmente em empresas, pode deixar de pagar fortunas.
Direito Previdenciário
Atende aos beneficiários ou aos interessados em receber benefícios do INSS, bem como de fundos previdenciários de servidores públicos. A área é rentável porque o advogado gera um ganho financeiro direto para o contratante na forma de concessão ou reajuste de aposentadorias, pensões e auxílios.
Como expandir as áreas jurídicas para criar um negócio?
Para transformar a área de atuação em um empreendimento rentável, é preciso desenvolver as partes fundamentais de um negócio. Como ensina Josh Kaufman, autor do best-seller “Manual do CEO – Um Verdadeiro MBA Para o Gestor do Século XXI”, há cinco processos fundamentais em uma empresa.
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criação de valor: identificar as necessidades e desejos de um público e desenvolver uma solução;
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marketing: chamar a atenção dos potenciais contratantes e gerar demanda para o bem criado;
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vendas: fechar negócio com os potenciais clientes atraídos pela oferta de valor;
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entrega de valor: cumprir com a oferta e conceder o valor prometido ao cliente, garantindo sua satisfação;
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finanças: tomar providências para que seja possível manter as atividades, arcando com as despesas e recebendo o suficiente para valer a pena.
Nesse sentido, o especialista atribui o título de economicamente valiosas às competências associadas às cinco partes. Muitas delas estão relacionadas ao empreendedorismo, especialmente as de criação e entrega de valor.
Quais são as habilidades essenciais?
O conhecimento jurídico é uma competência relevante porque possibilita a criação e entrega de valor para o contratante. Afinal, no centro do negócio está a solução de conflitos de interesse — situação em que “A” exige uma conduta, e “B” se nega a cumpri-la, ambos alegando estarem embasados em lei ou contrato.
No entanto, existem outras habilidades igualmente importantes para a estruturação de um empreendimento de sucesso. Logo abaixo você encontrará quatro aspectos para desenvolver desde a graduação.
Inovação
Estar por dentro das novidades da sua área e adotar práticas que estimulem a identificação de novas ideias e soluções. Uma dica é utilizar técnicas para facilitar a criatividade e a inovação, como o design thinking, brainstormings e mapas mentais.
Empatia
Ver as situações por diversas perspectivas, sempre buscando entender o ponto de vista do outro. O serviço jurídico depende de uma série de atividades auxiliares para conquistar e fidelizar clientes, especialmente de um atendimento de qualidade. Para isso, é necessário se colocar no lugar dos contratantes.
Resolução de problemas
Desenvolver a capacidade de resolver problemas. Além das questões jurídicas, o advogado está submetido a toda sorte de imprevistos, como prazos curtos, mudanças na estratégia do adversário, exigências inesperadas dos magistrados e dificuldade de obter provas.
Inteligência emocional
Ter uma mentalidade forte para lidar com urgência, risco e derrotas. Resumidamente, tudo na advocacia é para ontem, os erros são punidos com graves prejuízos financeiros e nem sempre o profissional será bem-sucedido. É preciso manter o equilíbrio nesse contexto para vencer no longo prazo.
Como ser um advogado empreendedor de sucesso?
Além das habilidades relevantes, os empreendedores jurídicos de sucesso adotam certas práticas em comum, que podem ser replicadas pelo seu escritório. Confira exemplos inspiradores para que ter um direcionamento.
Crie produtos jurídicos inovadores
Os advogados empreendedores se beneficiam bastante quando conseguem criar uma oferta a partir da necessidade do cliente, ainda que não seja algo usual. É o caso dos tributaristas que estudam Contabilidade para reduzir custos empresariais dos clientes e dos civilistas que buscam acordos em vez de conflitos, por exemplo.
Seja proativo
A entrega de valor costuma ser potencializada quando o profissional tem iniciativa. Um exemplo pode ilustrar esse ponto: se o juiz decide algo, os servidores podem levar dias para encaminhar a comunicação oficial e, logo após, será aberto um prazo para manifestação. Se o advogado acompanha de perto o andamento, é possível cortar meses de um processo judicial, antecipando-se aos envios.
Invista em conhecimento
O Direito muda com bastante frequência tanto em razão das leis quanto das decisões judiciais. Isso exige um comportamento de constante atualização e aquisição de conhecimentos para atualizar os serviços oferecidos aos clientes.
Por fim, é importante destacar o papel da faculdade. Para conquistar todas as habilidades mencionadas e estar qualificado para trabalhar na área de sua preferência, o curso precisa integrar a teoria e prática, criando oportunidades em convênios para estágio, núcleos de prática jurídica, atendimento comunitário etc.
Sendo assim, as habilidades comportamentais serão desenvolvidas, como a inovação, a empatia, a resolução de problemas e a inteligência emocional. Logo, desde cedo, você atenderá aos requisitos de um advogado empreendedor.
Para saber mais sobre o tema, acesse nosso post “entenda como ser um empreendedor de sucesso e comece já” e complemente a sua leitura!