O ingresso no ensino superior costuma apresentar duas barreiras clássicas para muitos estudantes, especialmente os da rede pública.
A primeira tem a ver com a dificuldade e a escassez de vagas dos processos seletivos das universidades públicas, que normalmente são as mais visadas pelos vestibulandos.
A segunda está relacionada aos valores das mensalidades das faculdades privadas, que são altas demais para grande parte dos estudantes e suas respectivas famílias.
Esse segundo caso deixou de ser um problema tão grande assim após o surgimento e a expansão das bolsas estudantis e dos programas de financiamento.
No entanto, tem muita gente que ainda desconhece o funcionamento desses auxílios. Isso é ruim, pois oportunidades e talentos são desperdiçados por não entenderem as formas de abatimento das mensalidades.
Por essa razão, preparamos uma lista com as 6 dúvidas mais comuns sobre bolsas de descontos e financiamentos. Confira a seguir:
1. Quais são as principais bolsas universitárias?
As bolsas mais conhecidas são as concedidas pelo governo federal. Nesse caso, estamos falando do Fies, que é o Fundo de Financiamento Estudantil, e do Prouni, que é o Programa Universidade para Todos.
O primeiro é um programa de financiamento voltado para universidades particulares com avaliação igual ou maior do que 3 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o SINAES.
O segundo oferece bolsas de descontos que podem cobrir a mensalidade de forma integral ou parcial (50%).
Ambos já beneficiaram milhões de estudantes pelo Brasil. No entanto, as vagas para o Prouni costumam ser bastante limitadas. Já a contratação do FIES se tornou mais restrita nos últimos anos após as mudanças nas regras do programa.
Além das opções do governo, é possível adquirir outros tipos de bolsas e financiamentos. Alguns exemplos são:
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financiamentos oferecidos por empresas particulares e fundações: como são os casos do Crédito Universitário Pra Valer e da Fundação Estudar;
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bolsas oferecidas pelas próprias universidades: por meio dos vestibulares realizados no processo de seleção, as faculdades podem conceder bolsas de desconto para os melhores colocados;
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bolsas oferecidas por convênios: é possível conseguir bolsas com descontos de 10%, 25%, 40% ou mais em universidades caso você trabalhe em empresas e instituições públicas parceiras;
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bolsa empresa: são descontos oferecidos pelas empresas empregadoras dos estudantes e feitos mediante acordos com seus chefes ou por meio de promoções realizadas na companhia;
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vestibular social: é um programa oferecido por determinadas faculdades que oferecem até 100% de desconto nas mensalidades em bolsas para estudantes que tenham, comprovadamente, uma baixa renda;
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bolsa deficiência: é um benefício oferecido por algumas universidades para promover a integração de pessoas com algum tipo de deficiência motora, sensorial ou múltipla.
2. Quem tem direito às bolsas estudantis?
Isso dependerá do tipo de bolsa ou financiamento pretendido por você. Caso o seu foco seja em bolsas integrais ou parciais, o principal requisito é a comprovação de renda familiar baixa no ato da inscrição.
Outro critério que costuma ser adotado pelos programas de concessão de bolsas universitárias é o estudante ter estudado todo ou parte do ensino médio em escolas públicas.
No caso do Prouni, ainda há a exigência de o estudante ter participado do Enem do ano anterior à inscrição no programa, conseguir, ao menos, uma média de 450 pontos nas provas e não zerar a redação.
Já para financiamentos, as regras são um pouco menos rígidas. No caso do FIES, elas são até parecidas com as do Prouni, como a exigência de uma renda familiar mensal bruta de até 3 salários mínimos por pessoa. Entretanto, o benefício é estendido, por exemplo, para alunos que estudaram o ensino médio em colégios particulares.
Os financiamentos feitos por empresas são ainda mais flexíveis e só costumam restringir os alunos caso não tenham um crédito pré-aprovado, assim como seus fiadores.
3. Quais são os descontos oferecidos?
Até para fazer um planejamento financeiro mais consistente, seria bom saber os possíveis descontos que você pode ter direito.
O problema é que o percentual varia muito de acordo com o programa. As bolsas integrais normalmente são oferecidas pelo Prouni, por vestibulares sociais e nos processos seletivos das próprias universidades.
Esses mesmos programas, além dos convênios e bolsas oferecidas pelas empresas que empregam os estudantes, também cobrem descontos parciais. Esses são mais difíceis de prever, já que os benefícios podem partir de singelos 10% até generosos 75% das mensalidades.
No caso dos financiamentos, que podem ser parciais e integrais, o planejamento deve incluir os possíveis juros cobrados pelos programas e a quantidade de parcelas a serem pagas para quitar o benefício.
4. Em quais situações as bolsas costumam ser perdidas?
A principal razão para as bolsas serem canceladas é o mau desempenho dos estudantes bolsistas. Reprovações em duas ou três disciplinas durante o semestre em que o aluno estiver estudando podem ser o suficiente para poderem gerar problemas para os beneficiados.
Eventuais mudanças de cursos ou de universidades também podem ocasionar a perda das bolsas. Além disso, trancar a faculdade, desistir do curso ou não renovar a matrícula nos prazos predeterminados pela instituição de ensino podem levar ao cancelamento das bolsas.
Já os problemas com os financiamentos podem decorrer do esquecimento para a renovação do benefício e da matrícula na universidade. Isso sem contar, obviamente, o acúmulo de mensalidades atrasadas.
5. É possível conciliar mais de uma bolsa?
Esse é um ponto que muitos estudantes costumam ter dúvidas, e a resposta é boa. Na maioria dos casos, você poderá dividir dois ou mais benefícios para abater o valor das mensalidades do curso.
Essa restrição costuma ser mais imposta nos casos em que o estudante consegue uma bolsa pelo vestibular social ou pelo bolsa deficiência.
Nas demais situações, é possível acumular os benefícios. Por exemplo, se você conseguir uma bolsa parcial de 50% no Prouni, pode financiar a outra metade pelo FIES.
Além disso, você pode ter os 50% do Prouni e conseguir mais 10% ou 15%, por exemplo, em função do convênio da faculdade com a empresa para a qual você ou seus pais trabalham.
6. O benefício pode ser solicitado a qualquer momento?
Isso também vai variar do tipo de benefício. No caso das bolsas, a maioria delas é concedida somente no ingresso do novo aluno à faculdade. Portanto, não adianta procurar uma bolsa depois de matriculado.
As bolsas por convênio e oferecidas como bonificação pelas empresas em que o estudante trabalha podem até serem concedidas durante o curso, mas isso dependerá dos critérios tanto das empresas quanto das universidades.
Já os financiamentos são mais abertos quanto ao prazo de solicitação. Portanto, se você sentir que o orçamento está apertando no meio da graduação, você pode solicitar um financiamento para cobrir parte ou o restante das mensalidades.
Para entender melhor o funcionamento dos financiamentos e bolsas estudantis, o mais recomendado é visitar o site de cada programa e conferir seus respectivos regulamentos.
Essas dúvidas normalmente respondem as questões mais básicas, especialmente as de viés financeiro, porém ajudam bastante a pensar nas melhores maneiras de ingressar na universidade.
Então, se você tiver outras dúvidas sobre bolsas estudantis, pergunte nos comentários. Assim, poderemos ajudar você e outras pessoas que tenham os mesmos questionamentos!