O mercado de trabalho está em constante mudança. Nos países ricos, estudos indicam que, até 2025, 25% de todas as funções existentes na indústria darão lugar por tecnologias de automação. Essa alteração de paradigma também afeta como enxergamos as características profissionais.
A mudança não é para pior, defendem especialistas. Na Alemanha, por exemplo, uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Prognos para a Bitkom mostrou que o número de empregos novos chegou a 1,46 milhões no ano de 2012. Portanto, é o perfil das empresas e o do mercado de trabalho que está mudando e que exigirá profissionais diferentes.
Devem surgir cargos cada vez mais estratégicos e as vagas serão ocupadas por profissionais ainda mais qualificados, dizem os especialistas.
Independentemente do futuro, hoje já existem uma série de características profissionais que são valorizadas e devem se manter em alta. É sobre elas que falaremos no post de hoje. Confira e tire as suas dúvidas sobre o assunto:
Espírito de liderança
Ser um líder, entre outras coisas, é extrair o melhor de cada integrante da equipe, fazendo com que a empresa tenha um melhor desempenho.
A liderança é, também, a capacidade de ser porta-voz das equipes e a habilidade de fazer com que ela produza trabalhos melhores, o que influencia na qualidade de vida de todos.
Um erro comum é achar que para ser líder precisa estar num cargo superior. A liderança é um estado de espírito, é a sua disposição na empresa. Por isso, o recomendado é partir para a atitude e se mostrar sempre disposto a contribuir da melhor forma com o que tem de ser feito.
Criatividade
A criatividade é a capacidade de inovar, ousar, criar oportunidades e propor soluções inteligentes. Quem é criativo é capaz de pensar em alternativas inovadoras e criar métodos de trabalho.
Para o consultor Renato Grinberg, essa característica é um passo a mais para se manter competitivo no mercado. De acordo com o especialista, é um erro limitar essa qualidade ao pessoal das artes.
Para Renato, existe uma confusão entre criatividade e a atividade artística. “A criatividade é pensar em maneiras de criar soluções inovadoras para problemas existentes”, disse em entrevista à Unesp.
Boa comunicação
Uma comunicação efetiva não diz respeito apenas a como o colaborador fala, mas o que ele escolhe falar e como ele repassa as informações.
Considere, por exemplo, uma empresa que os cujos funcionários cumprem determinadas funções, mas não falam o que fizeram ou pedem favores de maneira grosseira. Essas situações podem fazer com que o desempenho de toda a equipe seja afetado.
Flexibilidade
Quem é flexível tende a fazer uma gestão mais efetiva. Afinal, são essas pessoas que, em situações de conflito, buscam um entendimento mútuo. Quando todos se entendem, trabalham em conjunto e tendem a ser mais efetivos.
Essa característica se reflete para quem está fora da empresa: os clientes, fornecedores e parceiros, entre outras categorias cujo bom relacionamento é essencial para o sucesso profissional de todos.
Busca por conhecimento
Ir atrás de novas informações e se preocupar em estar sempre atualizado são algumas das ações de quem busca conhecimento — o que, por sua vez, é uma das características profissionais mais valorizadas.
No mercado de trabalho, uma pessoa com essa atitude é vista como competente. Afinal, demonstra uma vontade de não estar parado, de querer crescimento pessoal e profissional.
Quando se fala em conhecimento, há duas maneiras de pensar no assunto: pela educação formal — graduação, cursos de extensão etc. — e aquela busca do dia a dia por novos assuntos, de modo a assumir novas funções, entre outras coisas. Ambas são de extremo valor.
Senso de análise
A capacidade analítica tem bastante relação com o autoconhecimento. Quem sabe se colocar consegue enxergar as situações em que está inserido de maneira distante.
Saber fazer isso é essencial no mercado de trabalho. A pessoa que não tem senso de análise tende a tomar decisões precipitadas, não ouvir os colegas e a não aprender com os próprios erros.
Proatividade
A proatividade é a habilidade de partir para a ação por conta própria, sem que para isso precise receber ordens específicas. “A proatividade está intimamente relacionada ao aumento de produtividade”, disse a líder da prática de liderança e talento da Hay Group Brasil, Glaucy Bocci, em entrevista à Exame.
Uma pesquisa feita pela revista VoCÊ S/a com 48 executivos de recursos humanos revelou que seis em cada dez empregadores citam a proatividade. O comportamento é visto como das cinco atitudes que mais procuram nos candidatos a uma vaga de emprego.
Por vezes, a hierarquia de uma empresa pode fazer com que os colaboradores achem que devam sempre esperar por ordens. No entanto, há maneiras de se colocar à disposição.
Ser proativo denota responsabilidade. Em pouco tempo, fará também com que seus colegas depositem cada vez mais confiança em quem sempre se coloca à disposição, o que, consequentemente, pode trazer uma promoção na empresa.
Para o especialista Leonardo Araújo, também para a Exame, a proatividade é uma escolha. “É engano pensar que essa atitude é algo que nasce com a pessoa”, afirmou.
Gerenciamento do tempo
Saber gerenciar o próprio tempo é uma das habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho. Afinal, mais tempo é igual à produtividade.
Além disso, tempo gerenciado de maneira adequada é sinônimo de menos estresse — o que, por sua vez, é igual a um ambiente de trabalho mais agradável e mais qualidade de vida profissional e pessoal.
De fato, uma pesquisa da Universidade de Wurzburg, na Alemanha, faz essa associação entre gerenciamento de tempo e menos estresse.
Durante o estudo, 71 pessoas com idades e profissões diferentes foram acompanhadas de perto. Elas não tinham métodos de administração de tempo. Parte delas passou a utilizar algum e o resultado foi que o estresse para elas diminuiu.
O controle do tempo também foi associado à satisfação com o trabalho. Evidentemente, empresas se interessam muito mais por candidatos e contratados que tendem a estar mais satisfeitos com a própria função.
Além dessas características profissionais listadas, cada área tem uma série de outras competências específicas para se levar em conta. Quer saber como as empresas de engenharia veem essa questão? Leia, então, o post que preparamos sobre o assunto!