A vida é mesmo feita de escolhas. Entretanto, parece que algumas nos são empurradas: terminado o Ensino Médio, você tem que entrar na faculdade, se formar o mais rápido possível e começar a trabalhar. E alguns sonhos, como o de viajar e conhecer outras culturas, vão ficando pelo caminho. Será que precisa ser assim?
Neste post, vamos mostrar a você que fazer um intercâmbio na faculdade não só é possível, como também pode ajudar a conquistar uma vaga no mercado, visto que você terá um intercâmbio estudantil no currículo. Confira!
Por que vale a pena fazer um intercâmbio na faculdade?
Há uma série de benefícios que fazem da opção de buscar uma experiência no exterior durante a faculdade muito mais interessante que em outras fases da vida. Vamos apresentar aqui 5 razões principais para considerar o intercâmbio estudantil no seu currículo.
1. Ajuda você a ser fluente em um idioma
Vamos começar pelo benefício óbvio: um intercâmbio bem aproveitado pode dar a você fluência em outra língua, o que é considerado um diferencial para muitas empresas!
Se a sua ideia é continuar estudando, é bom saber que, para fazer um mestrado e um doutorado, você precisa provar que tem conhecimento em outra língua (geralmente inglês, espanhol ou francês). Em cursos como a Engenharia, o alemão também é bastante valorizado. A fluência conquistada na viagem é uma etapa a menos!
No entanto, para isso, é importante buscar um conhecimento prévio e se dedicar ao aprendizado do idioma de seu país de destino. Não basta melhorar a sua comunicação! É preciso saber ler e escrever, procurar se familiarizar com a gramática para garantir uma certificação de proficiência. Esse aperfeiçoamento também é fundamental se a sua opção for buscar disciplinas da sua formação no exterior.
2. Existem mais possibilidades de bolsa
Outra grande vantagem de fazer intercâmbio na faculdade são as ofertas de bolsa de estudo. Infelizmente, o programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, não oferece mais subsídios para a graduação (falaremos sobre isso mais adiante). Mas a boa notícia é que muitas instituições de ensino superior no Brasil têm convênios e parcerias com universidades no exterior. Alguns países, inclusive, oferecem programas muito interessantes com baixo custo ou, até mesmo, gratuitos.
O primeiro passo é procurar informações na sua faculdade, no setor responsável por intercâmbios (ou relações internacionais). O período proposto geralmente é de 6 meses, mas é possível se aprofundar nos estudos fora e estender esse prazo ou, ainda, buscar outras opções com menor tempo de ausência (também trataremos desse tema neste post).
3. Permite o contato com outras culturas e ideias
Ter a oportunidade de visitar outros países é uma experiência maravilhosa. Mas morar em um ambiente totalmente diferente do seu, com outros estilos e valores, mesmo que por um breve período, pode ser transformador!
Só para começar, no meio acadêmico, há uma variedade de formas de se fazer um curso superior, formações inexistentes no Brasil, currículos que podem priorizar etapas de aprendizado.
Além disso, geralmente as universidades que recebem alunos de intercâmbio são verdadeiros polos multiculturais. Isso significa que o seu contato não vai se limitar aos hábitos e costumes do país que o recebe, mas você também terá a oportunidade de conhecer outras visões de mundo por meio de colegas vindos de outros países.
Essa experiência o impulsiona a sair de sua zona de conforto, olhar as suas vivências como apenas mais uma dentre tantas outras formas de enxergar o mundo, entender como os que estão de fora veem o seu país. Isso coloca os seus desafios pessoais em outra perspectiva.
4. Amplia incrivelmente o seu network
Cultura e conhecimento são construções feitas por pessoas. Elas, na verdade, são mais um tesouro a ser conquistado durante o intercâmbio. Já ouviu falar em network? A palavra pode ser traduzida como rede de trabalho, ou, para explicar melhor, é o grupo de relacionamento desenvolvido em ambientes profissionais ou acadêmicos. Ser bem relacionado pode ser o diferencial para conseguir um bom emprego.
Como dissemos no item anterior, muitas dessas universidades que recebem alunos de intercâmbio reúnem pessoas do mundo inteiro. Você pode, por exemplo, ir para Cambridge, ser colega de turma de um alemão e estagiar com uma francesa em uma empresa de origem belga. Percebeu como a sua rede de contatos pode aumentar consideravelmente?
Mostrar o seu comprometimento e empenho durante esse momento de aprendizagem pode contar pontos positivos com pessoas que ocupam posições estratégicas. Quem sabe essa experiência não possa abrir portas para oportunidades que talvez você nunca tenha cogitado?
5. Faz diferença ter um intercâmbio estudantil no currículo
Ter um intercâmbio universitário em seu currículo vai muito além de comprovar habilidade em uma determinada língua. Também traz a chancela de uma instituição de ensino superior estrangeira. Por isso, é interessante aproveitar a oportunidade e ser estratégico.
De acordo com a Times Higher Education (THE), que ranqueia as mil melhores universidades, das cem primeiras colocadas, 11 estão na Ásia, 35 são europeias e 41 se encontram nos Estados Unidos. Também estão bem classificadas algumas instituições canadenses e australianas. O Brasil só aparece na posição 251 (veja a lista completa).
Essa avaliação leva em consideração não só a estrutura, como também a qualidade de ensino e o desenvolvimento de pesquisas. Imagine a possibilidade de estudar uma área inédita no Brasil ou participar de um grupo de pesquisa de ponta? Tudo isso, bem especificado no seu currículo, pode colocar o seu nome no topo entre candidatos de um processo de seleção.
Melhor que High School
A ideia tradicional de que a melhor época para se fazer um intercâmbio é na adolescência está ficando no passado! Hoje, são tantas as modalidades desse tipo de viagem que existe espaço até para os que já se aposentaram.
Agora, vamos voltar aos seus 15 anos. Ir para outro país para fazer o Ensino Médio (o chamado programa High School) pode ser muito bom por um lado, mas perigoso para a sua preparação para o vestibular.
O problema é que a grade curricular muda de país para país e o retorno à rotina de estudos brasileira pode ser turbulenta. É por isso que não se recomenda que o estudante, nessa fase da vida, fique mais de 1 ano como intercambista.
Por outro lado, fazer um intercâmbio na faculdade, além de expandir os seus horizontes, vai ajudá-lo a ser mais responsável, consciente e disciplinado. Como dissemos, é uma experiência que pode conectá-lo a áreas do conhecimento de forma mais específica e, ainda, ampliar os seus relacionamentos profissionais para fora das fronteiras brasileiras.
3 jeitos de fazer intercâmbio
A forma de viver essa experiência vai depender de uma série de fatores: objetivo, tempo e recursos disponíveis etc. Vamos deixar as suas possibilidades um pouco mais claras e mostrar 3 modalidades de intercâmbio possíveis de fazer durante a faculdade.
1. Só estudo
O intercâmbio de estudo mais básico é o de idiomas. Pode ser feito em 1, 3, 6 meses ou 1 ano. O tempo para esse aprendizado vai depender do seu nível de conhecimento da língua. Quanto menos se sabe, mais tempo é necessário. Já a modalidade acadêmica exige que você tenha minimamente um domínio intermediário da fala e escrita do país escolhido.
As opções de moradia durante a permanência são casas de família, residência estudantil ou apartamentos alugados. Muitos intercâmbios acadêmicos também oferecem dormitórios, que costumam ficar dentro do campus.
2. Só trabalho
Se a sua intenção é aprender uma língua e ainda conseguir ganhar um dinheiro para se sustentar durante esse tempo (ou até fazer um pé de meia), existem várias opções de intercâmbio. Elas variam nas funções exercidas e no tempo de permanência, que pode ser de 1 mês até 2 anos!
Então, dá para programar fazer essa viagem nas férias, sem prejudicar o andamento da faculdade, ou trancar o curso para viver essa experiência.
Uma boa estratégia é buscar uma oportunidade relacionada ao seu campo de estudo. Assim, poderá agregar ainda mais valor ao seu intercâmbio. Selecionamos algumas opções para ajudá-lo nessa escolha. Confira!
2.1 Trabalhos por temporada
Existem programas de intercâmbio de trabalho direcionados para locais específicos (hotéis, estações de esqui, até mesmo fazendas). Eles geralmente acontecem em períodos determinados, como temporada de verão ou período de colheita da maçã, por exemplo.
Pode até parecer estranho aceitar um trabalho rural no meio da faculdade, mas, se você está cursando ou pensando em fazer Engenharia Florestal, por exemplo, essa pode ser uma oportunidade ímpar de conhecer um ecossistema diferente, métodos de plantio e colheita.
2.2 Cruzeiro
Para quem não tem preferência por um país específico e quer amplificar a experiência multicultural, muitos cruzeiros internacionais abrem vagas de trabalho com duração de um mês. Algumas dessas oportunidades são mais voltadas para estudantes de turismo, educação física e enfermagem.
2.3 Au pair
Também existe um programa, chamado Au pair, voltado para mulheres entre 18 e 26 anos que querem ficar mais tempo em intercâmbio. Nele, a pessoa é direcionada para uma casa para trabalhar como babá.
O serviço é remunerado e permite fazer cursos ou, ainda, se divertir e passear pelo país. É considerado uma das modalidades mais econômicas de intercâmbio.
Se o dinheiro estiver curto, essa pode ser uma oportunidade, mas é preciso tomar cuidado para que seja bem aproveitada. O interessante é buscar agências que já proponham cursos e atividades voltados para o seu desenvolvimento pessoal.
2.4 Intercâmbio voluntário
Agora, se a única recompensa que você espera pelo seu trabalho é fazer parte de um mundo melhor, muitas organizações desenvolvem ações voluntárias internacionais que reúnem pessoas de vários países para ajudar a quem precisa. As atividades vão desde recreação em escolas e orfanatos à construção de casas.
Vale a pena buscar também opções que valorizem a sua área de formação. Muitas instituições religiosasoferecem esse tipo de programa e ainda fornecem certificação do trabalho desenvolvido (o que pode contar, inclusive, como estágio). Você ajuda quem precisa, cresce como ser humano e se qualifica como profissional.
3. Estudo e trabalho (ou estágio)
Em algumas modalidades de intercâmbio, é possível conciliar estudos e trabalho. Essas atividades podem ter relação ou não com a sua faculdade. Os programas mais simples incentivam a realização de trabalhos leves, de meio expediente, para gerar uma renda extra e cobrir despesas de lazer.
Existem especializações MBA que oferecem programas de intercâmbio de curta duração. Eles envolvem módulos do curso feitos em parceria com instituições de ensino estrangeiras somados a oportunidades de estágios e programas trainee em empresas.
O programa Ciência sem Fronteiras também oferece bolsas de estágio no exterior em diversas áreas de inovação e tecnologia. Entretanto, o governo federal anunciou, em agosto de 2017, que os editais para a graduação seriam suspensos. A justificativa é que as despesas do programa estariam excessivamente altas em relação ao retorno proporcionado nessa etapa de formação.
Porém, a boa notícia é que o programa continua em funcionamento para pós-graduação, mestrado, doutorado e jovens talentos. Para participar, é preciso estar matriculado em uma uma instituição cadastrada no programa.
Organize as suas ideias
Viajar e ter uma experiência completamente nova o deixou animado, mas você ainda nem sabe direito qual faculdade fazer? Mesmo assim, ainda vale a pena fazer um intercâmbio. Isso pode ajudá-lo a amadurecer para tomar a decisão certa.
O mais importante é ter em mente quais são as suas perspectivas de vida, o quanto pode investir nesse projeto e se o momento em que você vive o permite sair da sua rotina por um período (que pode ser longo).
Fazer um intercâmbio na faculdade, e também antes ou depois, exige planejamento e consciência dos obstáculos a serem enfrentados.
Ao tomar essa decisão e embarcar para outro país, não tenha medo, mas vá com calma. Procure ajuda no setor de apoio a estudantes ou na agência de intercâmbio, para se organizar nas coisas simples da vida (como abrir uma conta bancária, ter um número de telefone ou quando renovar o visto, por exemplo).
Aproveite ao máximo! Participe das atividades propostas e integre-se à vida no campus. Seja assíduo às aulas e busque fazer parte de programas de pesquisa. Mas também viaje, conheça pessoas, entenda os seus valores, a sua cultura e as suas perspectivas de vida. Isso o fará crescer não só como acadêmico, mas também o tornará uma pessoa mais consciente e conectada com o mundo.
Ter um intercâmbio estudantil no currículo é só uma das muitas oportunidades que você tem pela frente! Quer saber mais sobre as possibilidades que o esperam na faculdade? Acompanhe nossas atualizações nas redes sociais! Estamos no Facebook e no YouTube!